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A contaminação geradas pelos cemitérios

Um cemitério mal zelado podem gerar graves problemas.
Cessada a vida, anulam-se as trocas nutritivas das células e o meio acidifica-se, iniciando-se o fenômeno transformativo de autólise. Enterrado o corpo (inumação ou entumulamento), instalam-se os processos putrefativos de ordem físico-química, em que atuam
vários microorganismos.
A PUTREFAÇÃO dos cadáveres é  influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos são pertencem ao próprio corpo, tais como: idade, constituição física e causa-mortis. Os extrínsecos são pertinentes ao ambiente onde o corpo foi depositado, tais como: temperatura, umidade, aeração, constituição mineralógica do solo, permeabilidade (...)
O corpo humano, em sua constituição apresenta cerca de 65% de água, com relação ao peso. Os indivíduos magros apresentam um conteúdo de até 75% de água, enquanto que os indivíduos gordos apresentam até 55% de água. Dessa maneira um indivíduo adulto que tenha 70 kg tem um conteúdo da ordem de 46 Kg em água, ou seja 0,60 L/kg.
Com a decomposição dos corpos há a geração dos chamados efluentes cadavéricos, gasosos e líquidos. Os primeiros que surgem são os gasosos, seguindo-se os líquidos.Os efluentes líquidos, chamados de NECROCHORUME, que são líquidos mais viscosos que a água, de cor acinzentada a acastanhada,
com cheiro acre e fétido, constituído por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas degradáveis, dentre as quais, duas diaminas muito TÓXICAS que é constituída pela putrescina (1,4 Butanodiamina) e a Cadaverina (1,5 Pentanodiamina), dois venenos potentes para os quais NÃO se dispõem de antídotos eficientes.

A toxicidade química do NECROCHORUME diluído nos aqüíferos subterrâneos relaciona-se aos teores anômalos de compostos das cadeias do fósforo e do nitrogênio, metais pesados e aminas. O NECROCHORUME no meio natural decompõe-se e é reduzido a substâncias mais simples e inofensivas, ao longo  de determinado tempo. Em determinadas condições geológicas, o NECROCHORUME atinge o lençol freático praticamente íntegro, com suas cargas químicas e microbiológicas, desencadeando a sua contaminação e poluição. Os vetores assim introduzidos no âmbito do lençol freático, graças ao seu escoamento, podem ser disseminadas nos entornos imediato e mediato dos Cemitérios, podendo atingir grande distâncias, caso as condições hidrogeológicas assim o permitam.
Estudos na cidade de São Paulo INDICAM A OCORRENCIA de casos de vetores transmissores da poliomielite e hepatite (patógenos), em profundidades da ordem de 40 a 60 metros, respectivamente, em poços tubulares perfurados em rochas sedimentares cenozóicas da Formação São Paulo.SILVA (2000) em sua pesquisa realizada em 600 cemitérios no Brasil e alguns no exterior observou que 75% dos casos de problemas de contaminação e de poluição verificados, eram originados por cemitérios municipais e 25% por Cemitérios particulares com problemas locacionais, construtivos ou operacionais (alguns deles ditos "clandestinos").
Desde o século passado, tem-se ligado a incidência de endemias à contaminação do subsolo, gerada por cemitérios. É do consenso geral o potencial contaminador dos efluentes da decomposição cadavérica, em especial no que diz respeito ao lençol freático e à sua explotação para o consumo humano, nas circunvinhanças dos cemitérios.

Nesse enfoque nota-se grande deficiência da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA na publicação de dados e trabalhos específicos, com a abrangência e detalhamento requeridos.
Em 1879, a Sociedade dos Higienistas Franceses publicou um artigo correlacionando a FEBRE TIFÓIDA que varreu Paris no mesmo ano, com a contaminação microbiológica da água subterrânea utilizada para consumo humano, pelos efluentes líquidos cadavéricos.
No Estado de São Paulo, a USP, investigou a influência dos Cemitérios na contaminação dos aqüíferos livres no Cemitério Vila Formosa (segundo maior do mundo), Vila Nova Cachoeirinha, na cidade de São Paulo e o Cemitério de Areia Branca, na cidade litorânea de Santos. A conclusão foi que há um comprometimento sério relativo a contaminação do subsolo, nas cercanias daquelas necrópoles. SILVA (1999b), observou a presença de RADIOATIVIDADE num raio de duzentos metros das sepulturas de cadáveres que em vida
foram submetidos a radioterapia ou que receberam marca-passos cardiológicos, alimentados com fontes radioativas. Materiais radioativos são móveis na presença de água, por isto pessoas que fazem este tipo de tratamento, segundo o autor deveriam ser cremadas e suas cinzas dispostas como lixo atômico, porém a cremação tem restrições ainda em nossa cultura, devido a crenças religiosas, razões sociais e culturais. MATOS (2001), observou na avaliação da ocorrência e do transporte de microorganismos no aqüífero freático do Cemitério de Vila Nova Cachoeirinha, no município de São Paulo que a pesquisa de indicadores microbiológicos demonstrou a presença, de bactérias heterotróficas, proteolíticas e clostrídios sulfito-redutores nas águas subterrâneas do Cemitério e encontrou enterovírus e adenovírus.
Diante de tantas DENUNCIAS quanto a má ADMINISTRAÇÃO DE CEMITÉRIOS na Cidade de DUQUE DE CAXIAS, este artigo serve para a reflexão dos nossos GESTORES PÚBLICOS, pois a SAÚDE da nossa população está sendo colocada EM RISCO.

Comentários

  1. Boa noite. Ficamos algum tempo off. Retornamos agora para fortalecer a rede de proteção ambiental em nosso pais.

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